Falácia da Madeira Verde

FALÁCIA DA MADEIRA VERDE

No livro denominado What I learned losing a million dollars (SCHWAGER; PAUL; MOYNIHAN, 2013), o protagonista observa que um colega de pregão em Chicago, chamado Joe Spiegel, especulava com sucesso a mercadoria Green Lumber (madeira verde). Spiegel, que obtinha resultados expressivos na especulação desta mercadoria, imaginava que a commodity “madeira verde” assim se chamava pelo fato de ser pintada de verde.
No entanto, a madeira era chamada de verde porque ela havia sido cortada recentemente, não havendo passado pelo processo de secagem.

Joe Siegel teve sucesso na sua profissão mesmo sem ter a menor noção das características da mercadoria que ele comercializava (green lumber). Já o protagonista se envolvia em grandes teorias, narrativas intelectuais e adivinhações para tentar saber “o quê” fazia o preço da commodity oscilar. Este processo intelectual e pouco prático levou o protagonista à falência.

Spiegel entendia e usava a dinâmica do preço (fluxo de ordens) para comprar e vender a mercadoria. Ele sabia que a fonte de conhecimento necessária estava no preço, uma vez que esta informação mostrava de forma objetiva se existiria lucro ou prejuízo. Portanto, tinha sucesso.

A falácia da madeira verde

Taleb (2014), no livro intitulado Antifrágil — Coisas que se beneficiam com o Caos, chama de falácia da madeira verde a situação na qual alguém confunde a fonte de conhecimento necessária – a dinâmica do preço – com outra fonte de conhecimento, menos visível do exterior, menos administrável, menos discursiva.

Vale observar se nas nossas decisões diárias estamos usando a fonte de conhecimento necessária ou estamos envolvidos em narrativas e adivinhações intermináveis e estéreis.