É natural que todo investidor espere o máximo de retorno com o mínimo de perdas. Afinal, é precisamente para isso que servem os investimentos. Com efeito, perdas fazem parte da vida: seja no âmbito familiar, seja no âmbito econômico, nada podemos prever. E, tal como na esfera familiar, as pequenas perdas no campo econômico podem ser a ruína de alguém, mas podem também ser o seu fortalecimento.
TEMPOS DE GANHOS?
De igual maneira, há “tempos de ganhos” que não são verdadeiramente frutuosos: são acúmulo de material perigoso, capaz de perdas nunca antes vistas. É o caso do peru de Natal. O peru de Natal goza de uma vida estável no aviário, já que seu aumento de peso é sempre contínuo e significativo. No entanto, basta chegar a época do final de ano e essa estabilidade transforma-se no pior de seus pesadelos: eis que o peru descobre que o açougueiro não é seu amigo, e que sua estabilidade era na direção do abismo.
TEMPOS DE PERDAS?
Na direção contrária, há “tempos de perdas” que não são verdadeiramente derrotas: são acúmulos de antifragilidade. Uma nação já atingida por tsunamis e terremotos, por exemplo, está muito mais preparada para situações inesperadas que uma nação que nunca sofreu com catástrofes naturais. Assim, não se trata de evitar catástrofes, mas de estar preparado para elas. Com certo grau de certeza, é possível afirmar que aquela tornou-se forte, enquanto esta jamais deixou de ser frágil.
NO MERCADO FINANCEIRO NÃO EXISTEM VIDENTES
Da mesma forma, no Mercado Financeiro não existem videntes: ninguém prevê seus rumos. Isso porque a variação do Mercado comporta uma gama de fatores tão inimagináveis quanto possíveis, com preponderância para o fator humano. E, como se sabe, o ser humano é imprevisível.
SUPORTAR AS PEQUENAS PERDAS
Com efeito, é possível encontrar tanto no ser humano, como no próprio mercado, as possibilidades de ação. Nesse sentido, o trabalho árduo e recompensador está em aceitar as turbulências e estar pronto para elas. Não se trata, repetimos, de saber quando a turbulência virá, mas de estar pronto para ela o tempo todo. E o mais importante: aprender com a turbulência (pequenas perdas controladas).
A respeito disso, Nassim Nicholas Taleb ensina que uma pessoa que nunca errou é menos confiável que aquela que errou uma única vez, pois esta carrega o ensinamento de seus erros, enquanto aquela ainda está na “bomba-relógio” chamada estabilidade.
Assim, já não importa se há perdas, conquanto os ganhos sejam maiores. O que importa, no final das contas, é saber lidar com as pequenas perdas no portfólio, para vibrar com os grandes ganhos.